quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Prefeituras 'quebradas' suspendem carnaval em cidades do interior de SP


Prefeitos que assumiram em janeiro, alegando ter encontrado as
prefeituras quebradas financeiramente ou com irregularidades nas contas, decidiram cancelar o carnaval de rua em cidades do interior de São Paulo.
Em Porto Feliz, região de Sorocaba, o prefeito Levi Rodrigues Vieira (PSD) suspendeu a festa por ter encontrado déficit de R$ 10 milhões nos cofres municipais. Ele convocou os dirigentes de escolas de samba para comunicar a decisão de não fazer o repasse de verbas até pôr as contas em dia. O presidente da Acadêmicos da Barra, Murilo Borin, lamentou, já que a escola pretendia comemorar na avenida seus 40 anos de existência.
Estância turística, Presidente Epitácio também passará 2013 sem o mais tradicional carnaval de rua do oeste paulista. O prefeito Sidnei Junqueira (PSB) prometeu voltar com a festa em 2014.
— O carnaval este ano é no início de fevereiro e não temos de onde tirar a verba de R$ 1,2 milhão para bancar os desfiles.
A presidente da Liga das Escolas, Dilma Favaretto, disse que os associados entenderam a falta de tempo para a obtenção dos recursos — a festa aconteceria de 9 a 12 de fevereiro. No ano passado, o carnaval de rua atraiu 40 mil foliões.
O prefeito de Guaratinguetá, Francisco Carlos (PSDB), alegou que a ausência de transição de governo atrapalhou os preparativos e levou ao cancelamento dos desfiles das escolas de samba. A gestão anterior, segundo ele, não iniciou os processos de licitação para a festa, que coincide com o segundo mês da nova gestão. A indefinição fez com que as próprias escolas ficassem inseguras para investir na preparação dos desfiles. De acordo com a prefeitura, a cidade do Vale do Paraíba terá este ano uma programação especial apenas com os blocos carnavalescos.
As prefeituras de São Carlos, no centro-leste paulista, e de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, alegaram irregularidades na prestação de contas das escolas para cancelar os desfiles. De acordo com o secretário de Cultura de São Carlos, Ney Vilela, a análise das contas do carnaval de 2012 apontou R$ 106 mil em notas fiscais irregulares. O presidente da Liga das Escolas, Paulo dos Santos, disse que o parecer da comissão que analisa as contas não é definitivo.
Em São José dos Campos, a Fundação Cultural Cassiano Ricardo, responsável pela liberação das verbas, alegou irregularidades em notas fiscais e falta de cópias de cheques emitidos pelas escolas. O presidente da Liga, Jansen Friggi, lamentou que irregularidades "sanáveis" tenham servido como pretexto para o cancelamento dos desfiles.
Segurança
A Prefeitura de Águas de São Pedro, na região de Piracicaba, suspendeu o carnaval de rua alegando a "necessidade de resgatar a qualidade e garantir a segurança", segundo o prefeito Paulo Ronan (PSDB). Carros com som alto nas ruas centrais serão apreendidos e o spray de espuma está proibido. O prefeito, que se reuniu na terça-feira (8) com os 17 principais hoteleiros da cidade, disse que o objetivo é conter a desordem.
— Chegamos a um ponto em que víamos a cidade amanhecer com suas ruas sujas e com um monte de garrafas de bebidas.
Este ano, só haverá carnaval em salões fechados. O cancelamento do carnaval de rua de Suzano, na Região Metropolitana de São Paulo, foi anunciado na terça. A prefeitura alegou falta de tempo para a formação das escolas, ensaios e confecções de fantasias. De acordo com o secretário da Cultura Suami de Paula Azevedo, a decisão tomada junto com as escolas de samba foi no sentido de preparar, a partir de fevereiro, o carnaval de 2014.
Fonte: R7

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